Açude de Cocorobó – Alagamento da área de Canudos em 1969.
Foto do açude em 2012 em período de seca, ruínas da segunda Canudos.
Guia José Raimundo no Parque Estadual de Canudos em novembro de 2012:
“Foi o Getúlio Vargas que em visita a Canudos foi solicitado a fazer esta obra para minorar o problema da seca”.
Walnice Nogueira Galvão. “O Império de Belo Monte, Vida e Morte de Canudos” Editora Fundação Perseu Abramo, 2001 (pág.101):
...”Guardou-se ali a memória de que teria sido Getúlio Vargas, visitando a região nos anos 40, quem prometera a providência tão necessária”...
“Getúlio Vargas Diário 1937-1942” Editora Siciliano/FGV, 1995 (pág.345).
Dia 18 (outubro de 1940)
“Pela manhã, sigo para Canudos de avião-visita ao arraial, exame do cenário, lugares de combate, conversa com moradores, cânticos e discursos. Canário, Ciríaco*, regesso a Jatobá, almoço. Fica Luís Vieira**, que me acompanhara desde Fortaleza”...
*Ciríaco, Manoel: sobrevivente dos jagunços que foi entrevistado em 1947 por Odorico Tavares (jornalista que reabriu o assunto na revista O Cruzeiro na época do cinquentenário de Canudos) e posteriormente também por José Calasans (historiador da UFBA).
**Eng.º Luiz Augusto da Silva Vieira: Inspetor da Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (em 1945 transformou-se em Departamento, o DNOCS). Havia despachado com Getúlio antes da viagem deste ao Norte e Nordeste segundo o mesmo diário em 27/09/1940 (pág.340).
Na Wikipédia (verbete Canudos) consta também que Getúlio determinou a construção do açude em 1940.
Na página do DNOCS em http://www.dnocs.gov.br/barragens/cocorobo/cocorobo.htm existe a informação que a barragem foi iniciada em 1951 (época do governo democrático de Getúlio) sendo que 48% da mesma estaria concluída em 1966.
Concluo que a história oral está correta sobre a decisão da construção da barragem e que foi por acaso que a mesma foi inaugurada em 1969 durante o regime militar. Não havendo o intuito de “esconder” o local onde o Exército Brasileiro teria tido um comportamento vergonhoso (pela dificuldade em vencer os jagunços e mais ainda, pelo massacre de prisioneiros).
p.s.: Encontrei na internet um artigo interessante sobre a construção do açude e a história da decisão da construção ainda não totalmente esclarecida:
Manoel Neto
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 103, p. 53-73, 2008
http://www.ighb.org.br/wp-content/uploads/2012/03/103-2008.pdf
Foto AG: Cemitério da segunda Canudos em época de seca do Cocorobó, 1999. Canudos, BA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário