terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Maiakovski



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Brilhar para sempre,               Foto AG: Terminal UA, O'Hare, Chicago 11/2011.
brilhar como um farol,
brilhar com brilho eterno,
gente é para brilhar,
que tudo mais vá para o inferno,
este é o meu slogan
e o do sol.

“Gente é pra brilhar” de Vladimir Maiakovski

Gente viva, brilhando estrelas

Na noite
Gente quer comer
Gente quer ser feliz
Gente quer respirar ar pelo nariz...

Gente é pra brilhar,
Não pra morrer de fome...

“Gente” de Caetano Veloso

Viver, e não ter a vergonha de ser feliz

Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz

“Viver, e não ter a vergonha de ser feliz” de Gonzaguinha

A gente não quer só comida

A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...

“Comida” dos Titãs

Светить всегда,

светить везде,
до дней последних донца,
светить -
и никаких гвоздей!
Вот лозунг мой и солнца! 

Numa tradução literal:

Brilhar sempre,
brilhar em toda parte,
até secar o último dos dias,
brilhar –
e sem desculpa!
Esse é o meu lema e do sol!

Em outras traduções:

Brilhar sempre,
brilhar em todo lugar
até os últimos dias do guerreiro
brilhar –
e sem desculpa nenhuma!
Eis o meu lema –
e do sol.

Brilhar sempre,
brilhar em toda a parte,
até ao dia em que a fonte da vida se esgote,
brilhar –
e é tudo!
É o nosso lema – meu
e do sol!

http://sibila.com.br/critica/o-sentido-do-sol-de-maiakovski/5322

                                            Foto AG Feira na cidade de Santa Bárbara - BA, 11/2012

Tempos modernos: amizades virtuais (plágio)



De hoje em diante                                        Foto AG: Rua João Abbott, Porto Alegre.
Eu vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante
Em que ninguém curtiu
Destruiu nosso valor
Agora não vou mais postar
Cansei de esperar
De esperar enfim
E prá começar
Eu só vou curtir
De quem curtir de mim...
Não quero com isso
Dizer que o valor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela
Quando a gente posta
E tem um valor
Por isso é que eu vou mudar
Não quero curtir
Esperando até o fim
E prá não chorar
Eu só vou curtir
De quem curtir de mim...
Não vai ser fácil
Eu bem sei
Eu já viciei
Não encontrei esse alguém
A vida é assim
Eu falo por mim
Pois eu vivo também...
De hoje em diante
Eu vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante
Em que ninguém curtiu
Destruiu nosso valor
Agora não vou mais postar
Cansei de esperar
De esperar enfim
E prá começar
Eu só vou curtir
De quem curtir de mim...



O original é do Rossini Pinto e do Roberto Carlos (tem uma bonita versão com o Caetano).


                                                 Foto AG: BK, Porto Alegre

Pequenas alegrias

Pequenas alegrias do dia a dia


                                                                                                             Foto AG
Como colocar em funcionamento um toca-discos Technics de 1980 em condição de quase-novo que comprei do meu amigo Ronaldo Fossati juntamente com uma coleção de LPs novos e semi-novos de MPB. Com um pré-amplificador ER-Pires que comprei pela internet na Casa dos Toca-Discos da Santa Ifigênia por R$150,00 com cabos e frete incluídos (pela dica do amigo Marcelo Ferreira) foram conectados num Home Theater Panasonic e está tudo positivo e operante agora. Iniciei com GERAES do Milton de 1976 (Calix Bento, etc.) e agora pra vocês um clássico do Tom e da Elis de 1974. CD, DVD, Blu-ray, MP3 e MP4 são legais, mas um vinil com chiadinho e estalidos ocasionais é muito melhor.


                                                                                                           Foto AG

Mundo pequeno: Londres

Interessante, passei uns dias em Londres no mês passado e vi esta fonte na frente de um elegante condomínio fechado. Achei legal e fotografei. Depois, sem querer, fui saber que este local era o de um antigo hospital bombardeado na Segunda Guerra por bombas normais e voadoras que se chamava St. Mary Abbot’s que é a paróquia ali perto (moro na João Abbott) e que neste hospital em 18 de setembro de 1970 o Jimi Hendrix, então com 27 anos, foi levado morto (ou quase morto, provavelmente asfixiado pelo próprio vômito). O hospital fechou em 1992 e virou o condomínio.

Cidades antigas: história por m2 ou então, mundo pequeno...



                                                                                          Foto AG: Kensington, Londres.

Deus existe? Revolução de 1893

..."nosso espírito vae encontrar a triste verdade da contingencia da alma humana subordinada á conformação e vitalidade da materia, porque não é possivel acreditar-se que o Supremo Ser tivesse querido criar o homem como o executor do bem e deixasse, com aptidões para a vida, espíritos que só meditam na destruição, no anniquillamento, para d'ahi tirarem proveitos para si só, formarem sua fortuna nos escombros de seus compatriotas, do odio entre irmãos, nos parricidios e filicidios, sem que o remorso os obrigue a abandonar esta Via scelerada..." 


 Foto AG: Cemitério de Farroupilha (túmulo dos meus bisavós maternos).

Trecho do livro de Ângelo Dourado: "Voluntários do Martírio, Narrativa da Revolução de 1893" em que fala sobre os castillhistas. Fac-símile da edição de 1896, Martins Livreiro-Editor, Porto Alegre, 1997.


                                                                                       Foto AG

Cada época com o seu conhecimento: Epilepsia. Canudos 4




                                                       Foto AG: Parque Estadual de Canudos, BA 11/2012.


Epilepsia

...”Todos os acidentes singulares de sua existência desconexa, viu-se afinal que eram sinais comemorativos enfeixando uma diagnose única e segura...
Realmente, a epilepsia alimenta-se de paixões; avoluma-se no próprio expandir das emoções subitâneas e fortes; mas, quando, ainda larvada, ou traduzindo-se em uma alienação apenas afetiva, solapa surdamente as consciências, parece ter na livre manifestação daquelas um derivativo salvador atenuando os seus efeitos. De sorte que, sem exagero de frase, se pode dizer que há muitas vezes num crime, ou num lance raro de heroísmo, o equivalente mecânico de um ataque. Contido o braço homicida, ou imobilizado, de chofre, o herói no arremesso glorioso, o doente pode surgir, ex abrupto, sucumbindo ao acesso. Daí esses atos inesperados incompreensíveis ou brutais, em que a vítima procura iludir indistintivamente o próprio mal, buscando muitas vezes o crime como um derivativo à loucura”...

Euclides da Cunha n’Os Sertões (pág. 206) descrevendo a doença do Coronel Moreira César o famoso “corta-cabeças” da Revolução Federalista do sul que morreu no terceiro ataque a Canudos em 1897.
Era essa a visão de um leigo, porém culto que deve ter se informado com os médicos e trabalhos científicos do início do século XX.



                                                                    Foto AG: Alto da Favela, Canudos, BA, 11/212.



Por precaução! (ou quem é médico sabe). Canudos 3



                                               Foto AG: Parque Estadual de Canudos, BA.



...”Voltei-me então para a officialidade da brigada que o cercava e disse:
Vosso commandante já não vive mais; baldos, portanto são os nossos esforços. Disse em tempo isso para depois os que não têm escrúpulos e tratam de má fé não dissessem que a sua morte foi devida ao tratamento”...

Do livro: 
“Descrição de uma viagem a Canudos”, 1899 de Alvim Martins Horcades, acadêmico da Faculdade de Medicina da Bahia que foi voluntário do corpo médico da campanha de Canudos, relatando a morte do Tenente-coronel Tupy Caldas (pág. 76)!!!.


                                                             Foto AG: Próximo ao Alto da Favela, Canudos, Bahia.

Espinhela caída (ou falta de planejamento?). Canudos 2



                                                             Foto AG: Parque Estadual de Canudos, BA.

Alto da Favela, 17 de julho.
...”Á hora do curativo o médico aparece. Desamarra a ferida que se apresenta nua à sua vista. Nova ventania invade a tenda e enche de terra a chaga avermelhada.
Lavar com quê? Só com água e aguardente. Depois um pouco de iodofórmio em cima,
nova atadura e tudo feito, porque não há mais remédio. Remédio há muito porém para pneumonia, espinhela caída, quebranto, feitiço e outras tantas enfermidades que, por ora, não há nem tem aparecido no acampamento.
Destes remédios as ambulâncias vieram cheias.
Para febres, ferimentos, não há mais medicamentos”...


Trecho da carta publicada pelo correspondente Sr. Capitão Manuel Benício que cobria a 4ª expedição militar contra Canudos no Jornal do Commércio do Rio de Janeiro em 8 de agosto de 1897. 

Citado no livro “No calor da Hora” de Walnice Nogueira Galvão, Editora Ática, 1974.


                                                            Foto AG: Parque Estadual de Canudos, Bahia.

O paciente é um todo: cronicando Rubem Braga

“1929-30 foi uma das fases mais dolorosas da minha vida; perdi duas pessoas muito queridas e minha saúde foi abalada a um ponto que saí de uma conferência de três ilustres médicos friamente resolvido a dar um tiro na cabeça, no lugar de fazer a operação que eles tinham resolvido. (Procurei um outro médico ao acaso, um profissional sem nenhum cartaz, ele resolveu o caso e eu vendi com pequeno prejuízo o revólver que comprara de segunda mão.)”

A Revolução de 30, agosto de 1953.

Trecho de uma crônica de Rubem Braga em que se referia ao problema de dor nas costas que o acometeu “coincidentemente” no período em que perdeu a querida irmã mais velha aos 30 anos por complicações do parto e o pai aos 56 anos por complicações do diabetes e no mesmo período em que a Revolução de 30 da Aliança Liberal foi vitoriosa à qual ele era opositor.

Provavelmente o médico que resolveu o caso, sabiamente apenas deu tempo ao tempo.




História Oral - Canudos 1




Açude de Cocorobó – Alagamento da área de Canudos em 1969.



Foto do açude em 2012 em período de seca, ruínas da segunda Canudos.

 Guia José Raimundo no Parque Estadual de Canudos em novembro de 2012:
“Foi o Getúlio Vargas que em visita a Canudos foi solicitado a fazer esta obra para minorar o problema da seca”.


 Walnice Nogueira Galvão. “O Império de Belo Monte, Vida e Morte de Canudos” Editora Fundação Perseu Abramo, 2001 (pág.101):
...”Guardou-se ali a memória de que teria sido Getúlio Vargas, visitando a região nos anos 40, quem prometera a providência tão necessária”...


 “Getúlio Vargas Diário 1937-1942” Editora Siciliano/FGV, 1995 (pág.345).
Dia 18 (outubro de 1940)
“Pela manhã, sigo para Canudos de avião-visita ao arraial, exame do cenário, lugares de combate, conversa com moradores, cânticos e discursos. Canário, Ciríaco*, regesso a Jatobá, almoço. Fica Luís Vieira**, que me acompanhara desde Fortaleza”...

*Ciríaco, Manoel: sobrevivente dos jagunços que foi entrevistado em 1947 por Odorico Tavares (jornalista que reabriu o assunto na revista O Cruzeiro na época do cinquentenário de Canudos) e posteriormente também por José Calasans (historiador da UFBA).
**Eng.º Luiz Augusto da Silva Vieira: Inspetor da Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (em 1945 transformou-se em Departamento, o DNOCS). Havia despachado com Getúlio antes da viagem deste ao Norte e Nordeste segundo o mesmo diário em 27/09/1940 (pág.340).
Na Wikipédia (verbete Canudos) consta também que Getúlio determinou a construção do açude em 1940.
Na página do DNOCS em http://www.dnocs.gov.br/barragens/cocorobo/cocorobo.htm existe a informação que a barragem foi iniciada em 1951 (época do governo democrático de Getúlio) sendo que 48% da mesma estaria concluída em 1966.
Concluo que a história oral está correta sobre a decisão da construção da barragem e que foi por acaso que a mesma foi inaugurada em 1969 durante o regime militar. Não havendo o intuito de “esconder” o local onde o Exército Brasileiro teria tido um comportamento vergonhoso (pela dificuldade em vencer os jagunços e mais ainda, pelo massacre de prisioneiros).


p.s.: Encontrei na internet um artigo interessante sobre a construção do açude e a história da decisão da construção ainda não totalmente esclarecida:

Manoel Neto
Rev. Inst. Geogr. Hist. Bahia, Salvador, v. 103, p. 53-73, 2008
http://www.ighb.org.br/wp-content/uploads/2012/03/103-2008.pdf


   Foto AG: Cemitério da segunda Canudos em época de seca do Cocorobó, 1999. Canudos, BA.