terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O paciente é um todo: cronicando Rubem Braga

“1929-30 foi uma das fases mais dolorosas da minha vida; perdi duas pessoas muito queridas e minha saúde foi abalada a um ponto que saí de uma conferência de três ilustres médicos friamente resolvido a dar um tiro na cabeça, no lugar de fazer a operação que eles tinham resolvido. (Procurei um outro médico ao acaso, um profissional sem nenhum cartaz, ele resolveu o caso e eu vendi com pequeno prejuízo o revólver que comprara de segunda mão.)”

A Revolução de 30, agosto de 1953.

Trecho de uma crônica de Rubem Braga em que se referia ao problema de dor nas costas que o acometeu “coincidentemente” no período em que perdeu a querida irmã mais velha aos 30 anos por complicações do parto e o pai aos 56 anos por complicações do diabetes e no mesmo período em que a Revolução de 30 da Aliança Liberal foi vitoriosa à qual ele era opositor.

Provavelmente o médico que resolveu o caso, sabiamente apenas deu tempo ao tempo.




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